Carros sem condutor do Google: 1 milhão de milhas – 11 acidentes (sem culpa)

O Google continua a desenvolver os seus carros sem condutor a ritmo acelerado, e agora que a sua frota já percorreu um milhão de milhas em modo autónomo, faz um ponto da situação e revela que já sofreram 11 acidentes ligeiros – mas sempre sem que tenha sido a condução autónoma a causa do acidente.

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Com mais de 1.6 milhões de quilómetros percorridos em modo autónomo (mais de 2.7 milhões no total), o Google continua a compilar preciosos dados, incluindo muitas das situações que ocorrem no mundo real – que, como todos sabemos, incluem uma inesgotável fonte de situações que “só vistas” (o Google apanhou um condutor a tocar trompete enquanto conduzia, já dá uma ideia do que muitos condutores fazem ao volante.)

Ao contrário de um condutor humano, um carro autónomo está continuamente atento a tudo o que se passa em redor do veículo em todas as direcções, e a distâncias que podem atingir as centenas de metros. E, isto inclui também a capacidade de prever as manobras dos restantes condutores na estrada.

Claro que mesmo com toda a tecnologia de prevenção, haverá sempre situações imprevistas que resultarão em acidentes; mas retirando-se todos os que são causados por distracção ou abusos do condutor, estaremos a falar de uma redução significativa – e que, se espera, resultarão principalmente apenas em acidentes de pouca gravidade (enquanto for só chapa… menos mal!)

Carro do Google detecta que outro veículo que seguia à esquerda decidiu afinal virar à direita num cruzamento

Carro do Google detecta que outro veículo que seguia à esquerda decidiu afinal virar à direita num cruzamento

Ainda assim, por muito que seja de apreciar esta tecnologia e todos os avanços feitos, interrogo-me como se comportarão estes sistemas em condições de chuva intensa, nevoeiro, neve. Ou seja, precisamente o tipo de condições em que os humanos bem agradeceriam toda a ajuda possível para chegarem ao destino em segurança. Mas já se sabemos que mesmo que agora isso não seja possível, será apenas uma questão de tempo até que a tecnologia chegue a esse ponto.

Aquilo em que a tecnologia não poderá ajudar, será mentalizar todos os cidadãos e condutores para a revolução que os condutores sem veículos irá potenciar. Ser condutor de veículos será algo que se tornará tão necessário quanto um condutor de carroças ou coches… Se bem que, na verdade, importa relembrar que também a profissão de “chauffeur“, originalmente indispensável para quem se aventurasse a ter um automóvel nos seus primeiros tempos, foi tornada obsoleta com a evolução tecnológica que permitiu que os carros fossem conduzidos por quem não tivesse qualquer conhecimento de mecânica. Podemos dizer que é apenas a segunda fase dessa evolução – e que finalmente permitirá livrar a sociedade da praga/mania de que cada pessoa deverá ter o seu próprio automóvel.

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